Caramelos: excesso de açúcares e corantes

  • 37% dos brasileiros ultrapassam o consumo diário de açúcar

O consumo de caramelos e doces no Brasil representa uma parte significativa da indústria alimentícia do país, com um valor estimado em bilhões de dólares anualmente. Na América Latina, o mercado de guloseimas, que inclui caramelos, torrões e outras confeitarias, atingiu um valor próximo a USD 10,43 bilhões em 2023, e espera-se que cresça a uma taxa anual de 4,8% até 2032.

Esses produtos pertencem à categoria de alimentos ultraprocessados, caracterizados por seu alto teor de açúcares livres, gorduras saturadas e aditivos químicos. Os caramelos, em particular, são compostos principalmente de açúcar, xaropes, corantes e aromatizantes artificiais, o que os torna uma importante fonte de “calorias vazias”.

Uma pesquisa, encomendada pela WW Watchers of Weight, em parceria com a Opinion Box, revela que 37% dos brasileiros ultrapassam o consumo diário de até seis colheres de chá de açúcar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão de até 25 gramas do produto por dia. A pesquisa entrevistou mais de mil pessoas, entre 18 e 50 anos, em todas as regiões do Brasil.

A pesquisa também mostra que o desconhecimento sobre a presença de açúcar nos alimentos influencia o consumo excessivo. Embora 85% dos participantes afirmem conhecer as diretrizes da OMS, a maioria demonstrou não saber claramente quais alimentos contêm açúcar em sua composição. Isso ocorre porque apenas 23% têm o hábito de ler os rótulos nutricionais “sempre” ou “quase sempre”.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), esse tipo de produto é responsável por 8% do total de energia alimentar proveniente de alimentos ultraprocessados na América Latina, contribuindo significativamente para a ingestão de açúcares.

O consumo excessivo desses produtos tem implicações para a saúde, uma vez que a ingestão elevada de açúcares livres está associada a um maior risco de obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e hipertensão. A OMS recomenda que o consumo de açúcares livres não ultrapasse 5% da ingestão calórica diária, no entanto, em muitos países, incluindo o Brasil, essa cifra é frequentemente superada.

Dado que os caramelos e doces são um componente significativo dos produtos ultraprocessados, sua regulamentação e rotulagem têm sido objeto de debates em políticas públicas relacionadas à saúde, como as que buscam tributar produtos com alto teor de açúcar para desincentivar seu consumo.

Fontes

  1. Análise do tamanho e da participação do mercado de chocolate no Brasil – Relatório de pesquisa da indústria – Tendências de www.mordorintelligence.com/es/industry-reports/brazil-chocolate-market
  2. Mercado Latino-Americano de Guloseimas, Relatório, Análise 2024-2032. www.informesdeexpertos.com/informes/mercado-latinoamericano-de-golosinas
  3. Pesquisa revela que brasileiro desconhece presença do açúcar nos alimentos. https://www.estadao.com.br/emais/bem-estar/pesquisa-revela-que-brasileiro-desconhece-presenca-do-acucar-nos-alimentos/
  4. OPAS, 2019. Alimentos e bebidas ultraprocessados na América Latina. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/51523/9789275320327_spa.pdf?sequence=1&isAllowed=y
  5. Mercado Latino-Americano de Guloseimas, Relatório, Análise 2024-2032. www.informesdeexpertos.com/informes/mercado-latinoamericano-de-golosinas
  6. Global Food Research Program. Produtos comestíveis ultraprocessados. www.globalfoodresearchprogram.org/wp-content/uploads/2021/04/UPF_ultra-processed_food_fact_sheet_Spanish_espanol.pdf

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